terça-feira, 22 de novembro de 2016

De mês em mês

E os meses se passam, e a vontade não passa.
Olho em seus olhos, sinto o gosto da sua boca, mas não digo o que sinto...
Te vejo de longe, de canto de olho...
Aproveito cada abraço comemorativo, cada beijo de cumprimento... Me delicio até com a mão no ombro...
Eu prometi que diria o que sinto, que pediria ao menos um beijo, isso era janeiro... Os dias voam, e sempre que posso mudo de assunto, mas fico ali, desejosa.
Sinto salivar a boca e chego até a sentir o gosto da tua boca, mas esse "de Mês em mês" e eu nunca falo, guardo para depois, um momento melhor... Momento que nunca chega.

Eu queria te dizer que tenho vontade de beijar sua boca, sentir o seu gosto, não quero nada a mais... Mas fico só na vontade e sua boca só na provocação.

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

O mundo de bolhas de sabão


Era uma tarde fria de sol, a paisagem era cinzenta, mas algo se destacava neste dia. Tinha cabelos que reluziam o sol, não tinha mais de meio metro em meio a uma chuva de bolhas de sabão. As bolhas coloriam o quintal, só não mais que a pequena.
Ela corria e rodopiava pelo quintal, brincando de pegar bolhas de sabão. Era uma chuva de bolhas, e as pequenas mãos queria pegar todas... Era uma bailarina por entre as bolhas...
Risadas e gritinhos davam graça pelo ar, e ela corria com suas perninhas, tropeçava as vezes, mas logo se recompunha, seu único foco eram as bolhas...
Cada um tem seu mundo...
O mundo dela naquele momento eram aquelas bolhas, e o meu não tinha mais de meio metro, cabelos loiros, e o sorriso mais lindo que eu já vira...

Filha, queria poder eternizar cada momento seu

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Despedida do meu amigo de cabeceira

E quantas putas ficaram triste com esta notícia... Todos os contos peregrinaram... Maria até perdeu seus prazeres... Acabou com o outono do patriarca... A senhora Forbes já não é mais tão feliz... Foi uma crônica de uma morte anunciada.  Talvez seja apenas mais uma incrível e triste história de Cândida Eréndira e sua avó desalmada.
Como contar um conto?
Se agora será bem mais do que cem anos de solidão sem você, meu amigo de cabeceira.

Adeus, Gabriel Garcia Marquez.


"Não senti dor nem medo, mas a emoção arrasadora de ter conseguido viver até ali" 

Em busca de algo no nada

Procurei em olhos frios um pouco de amor;
Em dias cinzas uma ponta de alegria;
Em gestos desapegados, afeto;
Esperei muita fortuna em um baú vazio.
Olhei novamente naqueles olhos e percebi que o que eu realmente buscava não estava naqueles olhos, estava todo momento nos meus.

Olhei para mim novamente, o que sobrou era só decepção...

segunda-feira, 17 de março de 2014

Segredos de Pai com filha


Eu nunca falei com ele sobre namorados...
Nunca contei a ele meus defeitos...
Não queria q ele soubesse de minhas tristezas...
Ele sempre acredita em mim, mesmo quando nem eu mesmo acredito...
Mesmo quando eu me achava adulta demais, sempre estava lá me esperando no final da festa ou na saída da escola...
Para ele eu nunca precisei dizer nada, nem sou grande o bastante para deixar de ser sua princesa.
Há segredos que só existem na troca de olhares entre um pai e uma filha.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Escolhas


Sempre sou muito criticada por nunca ir a favor de pessoas que cometem crimes (seja qual for). Vou explicar o porquê.
Eu venho de um lar desestruturado, família pobre de uma região periférica na zona leste de São Paulo.
Meu avô era alcoólatra (eu o amava muito, mas nunca acobertaria seus erros), acabou causando um acidente no qual ele foi um dos maiores prejudicados.
Meu pai, também foi um alcoólatra (também o amo muito). Mesmo que hoje já não beba mais, ele cometeu muitos erros, perdeu muitos empregos, quase morreu. Parou de beber quando eu era criança, mas seu vício prejudicou muito sua vida profissional.
Minha família passou por muitas dificuldades, alguns dias eu malmente tinha o que comer. Muitas de minhas melhores roupas eram usadas.
Cresci, comecei a trabalhar com 12 anos (trabalhava estudava e sempre fui uma aluna exemplar).
Meu irmão também acabou se viciando em bebida, tive muitos problemas de relacionamento com ele, principalmente na minha fase adolescente. Neste caso prefiro nem entrar em detalhes (mas imaginem situações realmente difíceis).
A pessoa muda muito quando está sobre efeito de bebidas.
Na minha adolescência, com 16 anos, eu já trabalhava registrada. Fui assediada por um cara de 30 anos, que me chamava de lésbica, por não querer nada com ele. Mas a coisa piorou e passei a ser chamada de vadia para baixo. Segundo ele mulher que trabalhava fora e estudava era vagabunda da pior espécie (e eu que pensava que nunca veria isso no século XXI).
Desde os 16 anos eu ajudo minha família a pagar empréstimos e mais empréstimos (nem sei quantos foram até hoje).
Entrei na faculdade e a situação com meu irmão e com as dividas de minha família só pioraram. Meu pai pegou empréstimo com um agiota para tentar comprar uma casa para mim e meu irmão. Eu não sabia de nada, quando fiquei sabendo, meu pai já estava sendo ameaçado.
Pedi para ser demitida da empresa que eu trabalhava há quatro anos. Peguei o dinheiro e dei na  mão dos meus pais, peguei mais dois empréstimos em meu nome (o nome de meus pais já estavam sujos). Deixei de pagar a faculdade para ajudar.
Um dia surgiu a primeira oportunidade para seguir o caminho errado. Como sempre fui bem bonitinha, e estava na faculdade, me deram a ideia de levar drogas para a faculdade. Recusei.
Surgiu a segunda oportunidade, a de guardar dinheiro do trafico na minha conta bancária ou na minha casa. Recusei.
Isso é só o resumo do resumo da metade de minha história.
Outros em meu lugar, na primeira dificuldade já teria entrado para a vida do crime. Eu escolhi não entrar.
Por mais que tentem me convencer que bandido é inocente, uma vítima da sociedade, eu não consigo me convencer disso.
Sabe o porquê? Por que eu fui pobre, favelada, passei por problemas familiares e dificuldades financeiras e isso não é desculpa para ninguém.
Quem defende essa gente, diz que quem é contra esses “coitadinhos” não entendem a realidade dessa gente. Até burguesa de direita já fui acusada. Fácil de dizer isso quando se mora em uma linda casa, com ajuda dos pais para bancar seus gostinhos.
Eu sei qual é essa realidade, vivi e ainda a vivo. Lamento, mas ninguém é vitima, todos temos escolhas e se o caminho escolhido é o mais fácil, que você seja capaz de arcar com as consequências.
Agora antes de julgar a minha opinião, entenda o porquê eu a formei. E digo mais, me orgulho de não formar a minha opinião baseada em agradar ninguém, ou parecer a boazinha da história.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Um pouco de desabafo



Passei minha vida sendo julgada
Pelos vizinhos eu era a vadia, segundo algumas já engravidei várias vezes e tirei a criança (desculpe-me, mas sei muito bem o que é um anticoncepcional).
Na escola eu era a roqueira drogada (sim eu ainda sou roqueira, mas nunca me droguei, e também ninguém tem haver com isso).
Na faculdade, a vadia, bêbada, patricinha que não se interessava pelos estudos. Creio que este foi o que mais me chateou em toda a minha vida até o momento.
Sempre quis ser professora, não fiz para mostrar aos meus pais, ou para ganhar pensão, fiz porque queria ser professora. Parece loucura, mas para mim faz sentido.
Nunca peguei nenhuma DP, não tive vários parceiros (contrariamente às boas criaturas de minha sala).
Gostava sim de ir ao barzinho, hipócrita de quem diz que não gosta.
Quanto aos estudos, francamente. Eu trabalhava 12 horas diariamente, ia direto  do serviço para a faculdade, trabalhava todos os sábado, a maioria dos feriados e muitos domingo (não tinha papai nem mamãe para bancar a minha faculdade). Fora isso haviam meu problemas familiares, irmão alcoólatra que causava todos os dias, uma mãe adoentada com um mioma, um pai com diabetes que pegou um empréstimo com agiota (que nos ameaçava todos os dias).
Nossa tudo isso! Sim! E na época da faculdade!
Quem me julgava? Pessoas que tinham pais que bancavam suas faculdades ou pessoas que viviam de pensão e muitas vezes nem se preocupavam em ter que trabalhar, podia escolher o emprego que quisesse. Eles podiam estudar o dia inteiro, dormir bem, e só se preocupavam em como julgar os outros.
Os professores, alguns eram maravilhosos e viam o meu empenho, mesmo sem saber minha situação, outros eram como aquelas pessoas citadas acima.
Apesar disso ainda tem gente que se atreve a julgar minha inteligência, menosprezando meu conhecimento.
Engraçado como algumas pessoas se consideram extremamente superiores por escrever com um vocabulário rebuscado, quando na verdade é só alguém desesperado por aparências.
Queria apenas que por um dia alguém tivesse passado a metade do que passei, para ver se ao menos chegariam no terceiro ano.
Sim, eu sempre li muito, e desde os 11 literatura adulta. Apenas nunca senti necessidade de me aparecer usando o que eu sei, pois acredito que qualquer um pode ler vários livros, adquirir o mesmo conhecimento que eu, mas apenas alguns podem ter identidade e ser autentico apenar de...

Quem me julgar ou menosprezar minha inteligência, que equiparaste a mim ou calaste a boca.