quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Um pouco de desabafo



Passei minha vida sendo julgada
Pelos vizinhos eu era a vadia, segundo algumas já engravidei várias vezes e tirei a criança (desculpe-me, mas sei muito bem o que é um anticoncepcional).
Na escola eu era a roqueira drogada (sim eu ainda sou roqueira, mas nunca me droguei, e também ninguém tem haver com isso).
Na faculdade, a vadia, bêbada, patricinha que não se interessava pelos estudos. Creio que este foi o que mais me chateou em toda a minha vida até o momento.
Sempre quis ser professora, não fiz para mostrar aos meus pais, ou para ganhar pensão, fiz porque queria ser professora. Parece loucura, mas para mim faz sentido.
Nunca peguei nenhuma DP, não tive vários parceiros (contrariamente às boas criaturas de minha sala).
Gostava sim de ir ao barzinho, hipócrita de quem diz que não gosta.
Quanto aos estudos, francamente. Eu trabalhava 12 horas diariamente, ia direto  do serviço para a faculdade, trabalhava todos os sábado, a maioria dos feriados e muitos domingo (não tinha papai nem mamãe para bancar a minha faculdade). Fora isso haviam meu problemas familiares, irmão alcoólatra que causava todos os dias, uma mãe adoentada com um mioma, um pai com diabetes que pegou um empréstimo com agiota (que nos ameaçava todos os dias).
Nossa tudo isso! Sim! E na época da faculdade!
Quem me julgava? Pessoas que tinham pais que bancavam suas faculdades ou pessoas que viviam de pensão e muitas vezes nem se preocupavam em ter que trabalhar, podia escolher o emprego que quisesse. Eles podiam estudar o dia inteiro, dormir bem, e só se preocupavam em como julgar os outros.
Os professores, alguns eram maravilhosos e viam o meu empenho, mesmo sem saber minha situação, outros eram como aquelas pessoas citadas acima.
Apesar disso ainda tem gente que se atreve a julgar minha inteligência, menosprezando meu conhecimento.
Engraçado como algumas pessoas se consideram extremamente superiores por escrever com um vocabulário rebuscado, quando na verdade é só alguém desesperado por aparências.
Queria apenas que por um dia alguém tivesse passado a metade do que passei, para ver se ao menos chegariam no terceiro ano.
Sim, eu sempre li muito, e desde os 11 literatura adulta. Apenas nunca senti necessidade de me aparecer usando o que eu sei, pois acredito que qualquer um pode ler vários livros, adquirir o mesmo conhecimento que eu, mas apenas alguns podem ter identidade e ser autentico apenar de...

Quem me julgar ou menosprezar minha inteligência, que equiparaste a mim ou calaste a boca.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Silencio, lágrimas e uma garrafa de vinho.


Quem é você diante desse espelho? Você que não é o que um dia pensei que eu seria.
Seus olhos já não mais carregam o brilho, já não há roupas que te deixam deslumbrante, maquiagem que torne mais jovem.
Você já não é mais motivo de olhares deslumbrados, invejosos, desejosos. É só mais um em meio a multidão.
Seus ideais? Onde estão seus ideais? Quem lhe tirou o direito de sonhar?
Sonhar com o que agora? Será que ainda há sonhos? Já que tantos foram afogados em lágrimas de insatisfação.
Já são poucos os que se lembram de você, ou os que quer que se lembre. Se há quem se lembre por livre e espontânea vontade, há tantos que se lembram apenas do que você pode oferecer.

O que foi dito, há tanto arrependimento. E o que dizer ainda? Nada. Dizer o que? Não há o que dizer.
Silencio, lágrimas e uma garrafa de vinho.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O Suicida



O que é a vida, se não uma breve passagem. Para alguns, uma busca eterna de felicidade que só existe nos momentos mais hipócritas da vida. Para outros uma busca insaciável por respostas tão obvias que chegam a ser idiotas. Mentiroso daquele que nunca se colocou em uma dessas situações.
Para mim, nem sempre a vida foi uma boa companheira.
Desde pequeno trago comigo as mais diversas falhas de caráter que um homem pode ter. Fui viciado, cretino, chantagista, hipócrita, traidor, ladrão... Pelo que pode ver qualidades não me faltam.
Claro que nem só de falhas vivo, tenho cá comigo minhas qualidades, mas por que mencioná-las, se o que faz a diferença para o próximo são nossos defeitos? Admitam, nos sentimos melhores ao ver as falhas dos outros, é isso que nos faz mais bonitos, atraentes, honestos...
Cansei por diversas vezes disso tudo, preferia direcionar as minhas atenções ao pó branco e ao álcool, eles eram responsáveis pelos melhores e piores momentos de minha vida, mas não há duvida que apenas isso  me fazia alcançar dois extremos.
Sei que estarei sendo condenado, mas serei ainda mais.
Já tentei tirar de mim o que alegam ser uma dádiva, segundo minha mãe, apenas ela pode tirar a vida que me deu, outros culpam Deus por minha existência... Prefiro culpar a mim mesmo.
Minha primeira tentativa foi extremamente pensada. Pensei nos meios mais indolores, pesquisei na internet, lá vi que cortar os pulsos me traria a minha amiga de forma mais tranquila (sim sou covarde).
Comprei uma navalha bem afiada, tranquei o banheiro, me sentei na privada e cortei lentamente. Saiba que existe a forma correta de se cortar os pulsos? Se deve cortar no sentido da veia, pois se o corte cruzar a veia o sangue pode estancar (o que não era a minha intenção).
Suspeitaram da minha demora (mulheres e suas bexigas soltas), por diversas vezes chamaram meu nome, mas estava tão enfraquecido que não podia responde, não sentia dor alguma, apenas uma imensa vontade de dormir, até que apaguei.
Acordei, estava tudo muito claro e embasado, por um instante acreditei em vida após a morte, mas era apenas o hospital, minha primeira tentativa foi mais uma falha.
Fui obrigado a ir a um psicólogo, psiquiatra, pai de santo (tem gente que acredita nessas coisas). Tentaram de tudo para me fazer acreditar que o que eu estava tentando fazer estava errado. Fazia tudo o que me pediam, mas continuava com a ideia em mente.
Pensei em me jogar de um edifício, mas queria ter o direito de ser enterrado com dignidade, ao menos o enterro deveria valer apena. O que já excluiria da lista um tiro na cabeça, ou me atirar em frente a um trem, coisas do tipo.
Arrastei-me pela vida por mais alguns anos.
Pensei em afogamento, mas aprendi a nadar muito jovem, sei que no primeiro momento de desespero tentaria me salvar. Também pensei que morrer sentindo tanta dor não seria uma boa forma de se morrer. Sei o que vão pensar “mas você não que morrer”, quero, mas da forma mais tranquila possível. Imagino que qualquer morte por meio dos quatro elementos deve ser muito dolorida, então descartei de minha lista atear fogo em mim mesmo, me enforcar, ser enterrado vivo...
Um dia aproveitei uma distração de minha família e me entupi de remédios para pressão. Novamente fracassei.
Não entendo, tantos querendo viver, lutando por isso, esperando doação de órgãos ou coisa do tipo e eu que só quero morrer ainda consigo fracassar ao destino mais provável do ser humano.
Perdi as contas de quantas vezes fui salvo, contra minha vontade. Fui apelidado carinhosamente de “O suicida”, podia ouvir os médicos dizendo “adivinha quem está ai... o suicida”.
Depois de tantas tentativas frustradas finalmente aceitei meu destino, parei de encontrar a morte, preferi deixar com que ela venha atrás de mim.

Meus familiares ainda agradecem a Mãe alguma coisa que eles contrataram. O que ninguém imagina é que na verdade eu estava morto há muito tempo, o problema é que ninguém havia percebido.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Deixei-me enfeiar



Meu mundo é um mundo banalizado, que me impede de sentir amor, a menos que eu esteja com uma garrafa de vinho ao lado.
Os abraços já não tem mais calor, meus amores viraram frustrações e a única coisa que sei é me esconder para que ninguém me veja.
O mundo já não tem nada de interessante, nem os prazeres interessam. Só consigo trazer em meu rosto um leve sorriso falso, para não precisar dar satisfações.
Penso em quantos iguais a mim existem, se é que existem. Pessoas que sempre estão ocupadas, preocupadas, tristes... Pessoas que não suportam o menor sinal de idiotices banais. (muito embora neste momento gostasse de ser mais uma idiota, e poder ter um minutinho de felicidade).
Penso que se talvez não fosse como eu sou, como eu seria. Como seria s por um acaso fosse mais promiscua, superficial... Enfim talvez ainda assim seria triste, porque certamente não seria eu.
Deixei-me enfeiar, me entristecer... Deixei-me de lado

Retrato

"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Só de passagem




Era apenas uma menina linda, uma garota com medo do escuro, uma adolescente apaixonada com um diário na mão, uma mulher capaz de dominar o mundo, a esposa capaz de resolver todos os problemas, uma mãe capaz de derrotar o mundo por seu filho, a avó que mais estragava seus netos, a senhora sozinha nos dias de chuva quando todos se foram, mais uma lápide...
E ninguém se importa, pois ela foi, como tantos se foram, como também iremos.