Meu mundo é um mundo banalizado, que me impede de sentir
amor, a menos que eu esteja com uma garrafa de vinho ao lado.
Os abraços já não tem mais calor, meus amores viraram
frustrações e a única coisa que sei é me esconder para que ninguém me veja.
O mundo já não tem nada de interessante, nem os prazeres
interessam. Só consigo trazer em meu rosto um leve sorriso falso, para não
precisar dar satisfações.
Penso em quantos iguais a mim existem, se é que existem.
Pessoas que sempre estão ocupadas, preocupadas, tristes... Pessoas que não
suportam o menor sinal de idiotices banais. (muito embora neste momento gostasse
de ser mais uma idiota, e poder ter um minutinho de felicidade).
Penso que se talvez não fosse como eu sou, como eu seria.
Como seria s por um acaso fosse mais promiscua, superficial... Enfim talvez
ainda assim seria triste, porque certamente não seria eu.
Deixei-me enfeiar, me entristecer... Deixei-me de lado
Retrato
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"
"Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida a minha face?"