Sexta-feira à tarde, eu estava
empolgado para viajar, mais empolgado que de costume. Sentia um frio no
estomago, uma ansiedade sem tamanho, algo certamente estava para acontecer.
Entrei no carro com meu pai e
meus primos, sentei-me no banco traseiro. Estávamos eufóricos, chovia muito
naquele dia, mas isso nunca me assustou.
O caminho era considerado
perigoso, mas passei por tantas vezes por ali, jamais pensei que aquele seria o
ultimo caminho que eu iria fazer.
Um carro prata fez uma
ultrapassagem perigosa, e com aquela chuva o motorista perdeu o controle e nos
acertou em cheio.
Vi o carro rodar, não entendi
muito bem o que estava acontecendo, quando finalmente o carro parou. Ele parou
de cabeça para baixo, senti uma dor sem tamanho, mas não sabia ao certo onde
era.
Passei a pensar na minha vida (eu
não posso partir!), tenho tantos planos ainda, tantas coisas, tantos abraços
que posso dar... tantos beijos... Eu não lembro a ultima coisa que disse a
minha mãe antes de partir, só queria dizer a todos um ultimo “Eu te amo”.
Agora a dor aumentou, já não
consigo pensar com clareza, lembrei-me dos filhos que não cheguei a ter, pensei
na minha esposa com quem não cheguei a me casar, me preocupei em chegar
atrasado ao trabalho que eu não havia conseguido...
A dor chega a ser quase
insuportável ao ponto de parar de pensar em tudo isso, pensei apenas no momento
em que a dor iria parar.
Senti algo escorrendo pelo meu rosto, era sangue, olhei pelo retrovisor do carro, fiquei desesperado... Aquele sangue era meu! Olhei para meu pai, e naquele momento pude escutá-lo, ele gritava o meu nome e eu quase sem forças respondi “-Oi pai”.
Uma pessoa agarrou a minha mão, e
escutei-a fazendo algumas orações, aquilo me acalmou, mas a dor apenas
aumentava, ouvi as sirenes (finalmente os médicos chegaram agora a dor vai
acabar).
A mulher continuava orando e
naquele momento eu me perguntava “-Por que Deus?” “- Eu ainda não quero ir”, de
repente soltei a minha ultima palavra “Jesus”.
A dor foi passando, nesse momento
quase não sentia nada, escutava tudo tão longe, começou a escurecer tudo, agora
já não sentia mais dor (Deus, finalmente, me escutou).
Fechei os olhos e sonhei com o céu.
Estava em casa
Oi Cássia.
ResponderExcluirSou eu, Victória do 1ºD.
Acabei de ler e me emocionou.. é dífifcil perder alguém tão próximo.
Beijos
Sim, é muito dificil. Somos egoístas demais para aceitar ver quem amamos partir, msm q seja pelas mãos de Deus
ExcluirQue saudade do meu anjinho :'(
ResponderExcluirparabens cassia ,muito bonito !!!
ResponderExcluirnossa que saudadees so de lembrar dele e de todos anos que estudei com ele . . . choro so de pensar em que perdi um grande amigoo
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