quarta-feira, 2 de maio de 2012

O dia em que eu morri


Sexta-feira à tarde, eu estava empolgado para viajar, mais empolgado que de costume. Sentia um frio no estomago, uma ansiedade sem tamanho, algo certamente estava para acontecer.

Entrei no carro com meu pai e meus primos, sentei-me no banco traseiro. Estávamos eufóricos, chovia muito naquele dia, mas isso nunca me assustou.

O caminho era considerado perigoso, mas passei por tantas vezes por ali, jamais pensei que aquele seria o ultimo caminho que eu iria fazer.

Um carro prata fez uma ultrapassagem perigosa, e com aquela chuva o motorista perdeu o controle e nos acertou em cheio.

Vi o carro rodar, não entendi muito bem o que estava acontecendo, quando finalmente o carro parou. Ele parou de cabeça para baixo, senti uma dor sem tamanho, mas não sabia ao certo onde era.

Passei a pensar na minha vida (eu não posso partir!), tenho tantos planos ainda, tantas coisas, tantos abraços que posso dar... tantos beijos... Eu não lembro a ultima coisa que disse a minha mãe antes de partir, só queria dizer a todos um ultimo “Eu te amo”.

Agora a dor aumentou, já não consigo pensar com clareza, lembrei-me dos filhos que não cheguei a ter, pensei na minha esposa com quem não cheguei a me casar, me preocupei em chegar atrasado ao trabalho que eu não havia conseguido...

A dor chega a ser quase insuportável ao ponto de parar de pensar em tudo isso, pensei apenas no momento em que a dor iria parar.

Senti algo escorrendo pelo meu rosto, era sangue, olhei pelo retrovisor do carro, fiquei desesperado... Aquele sangue era meu! Olhei para meu pai, e naquele momento pude escutá-lo, ele gritava o meu nome e eu quase sem forças respondi “-Oi pai”.

Uma pessoa agarrou a minha mão, e escutei-a fazendo algumas orações, aquilo me acalmou, mas a dor apenas aumentava, ouvi as sirenes (finalmente os médicos chegaram agora a dor vai acabar).

A mulher continuava orando e naquele momento eu me perguntava “-Por que Deus?” “- Eu ainda não quero ir”, de repente soltei a minha ultima palavra “Jesus”.

A dor foi passando, nesse momento quase não sentia nada, escutava tudo tão longe, começou a escurecer tudo, agora já não sentia mais dor (Deus, finalmente, me escutou).

Fechei os olhos e sonhei com o céu. Estava em casa

5 comentários:

  1. Oi Cássia.
    Sou eu, Victória do 1ºD.
    Acabei de ler e me emocionou.. é dífifcil perder alguém tão próximo.
    Beijos

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    1. Sim, é muito dificil. Somos egoístas demais para aceitar ver quem amamos partir, msm q seja pelas mãos de Deus

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  2. nossa que saudadees so de lembrar dele e de todos anos que estudei com ele . . . choro so de pensar em que perdi um grande amigoo

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